sábado, 9 de abril de 2011

A filosofia pessimista de Schopenhauer e a arte contemporânea



Depois de uma dose cavalar de café (para perder o sono!), pude eu encontrar um tempinho para escrever no blog. Estava aqui pensando com os meus botões na filosofia de Arthur Schopenhauer, um filósofo alemão da Idade Moderna, cuja filosofia é marcada por um profundo pessimismo.


Esse pessimismo schopenhaueriano não é gratuito. A sua vida não foi das melhores. Conversando com um confrade meu que fez a sua monografia em Schopenhauer, descobri um fato curioso: Schopenhauer morava numa pensão, e era vizinho de uma senhora, que, convenhamos, não era muito agradável. Um dia, para se livrar do peso que o incomodava, o filósofo teve a seguinte ideia: vou jogar a velha escada abaixo! E não é que Schopenhauer fez isso mesmo? Mas nosso amigo não pensou no pior: a velhinha sobreviveu ao ataque, e Schopenhauer foi obrigado pela Justiça a pagar os cuidados médicos e o sustento da senhora, até a sua morte (natural, claro!). Isso deixou-o profundamente irritado e desesperado com a vida.

Além disso, Schopenhauer era contemporâneo de Georg Hegel (o cara do texto aí de baixo!). O nosso filósofo não tinha uma boa ligação com este grande pensador. Hegel era o “bonzão” de sua época; Schopenhauer era mais um professor comparado a ele. Para tentar destruir a Hegel, nosso amigo oferece aulas de Filosofia no mesmo horário que ele: mas ninguém comparece em suas aulas, deixando-o ainda mais deprimido.

No amor, Schopenhauer foi mais infeliz ainda. Não teve esposa, tampouco namoradas firmes. Sua única coisa palpável era sua riqueza, herdada de sua mãe. Era um homem frio, solitário e explosivo: isso também se revela na sua filosofia.

Schopenhauer afirma que existe uma Vontade, independente de qualquer coisa. Seria como se o mundo fosse um ser vivo e tivesse vontade própria. Como o mundo não é racional, ele consegue cumprir apenas ações caóticas, dessincronizadas e desarmônicas. Isso explica as coisas ruins que acontecem conosco: são frutos dessa vontade caótica. Ou seja: se devemos nos preparar para a vida, que seja para o pior. Esse é o pessimismo schopenhaueriano, completamente ligado à sua vida problemática.

A vida, para ele, só pode tornar-se melhor na medida em que eu a torno estética. A arte é um meio do qual podemos utilizar para tornar a vida mais bela. Esse conceito foge, por exemplo, da ideia aristotélica, segundo a qual a arte deve ser uma imitação fiel da realidade sensível. Schopenhauer vai além, afirmando que a contemplação estética pode levar o ser humano a um estado de felicidade. Só a arte pode retirar o ser humano de um mundo feio, chato e ruim para levá-lo a uma contemplação de sentimentos, emoções, insights e reflexões.

"Aqui está algo heróico sobre como os meus fãs operam suas câmeras. Tão precisamente, tão intrincados e tão orgulhosos. Como reis escrevendo a história de seu povo, com sua natureza prolífica que todas as criaturas perceberão como reino. O sentimento real sobre os fãs de Lady Gaga, os meus monstrinhos, permanece aqui: eles são os reis. Elas são as rainhas. Eles escrevem a história do reino e eu sou como uma devota [deles]… É nessa teoria da percepção que nós estabelecemos nossa meta, ou a mentira que eu devo dizer, pela qual nós matamos. Nós não somos nada sem a nossa imagem. Sem nossa projeção. Sem o holograma espiritual que nós nos percebemos como seres ou o que seremos no futuro. Quando você está sozinho, eu estarei sozinha também. E isso é a fama."


Lady Gaga

Poderíamos questionar se a arte de hoje é apenas um meio midiático de lucro ou se ela realmente tem a intenção de transcender o ser humano. A exposição do ridículo como valor estético diminui e tira o valor de toda a história da arte, que se esforçou em mostrar à comunidade humana um mundo belo e diferente de nossa visão comum. Não digo que todos devem ouvir música clássica ou se interessar pelos quadros de Picasso, Frida Kahlo ou Monet. Mas afirmo que a arte, no conceito de Schopenhauer e meu também, deve levar o homem a sair de um mundo problemático para levá-lo a uma contemplação, e consequentemente a uma nova interpretação de sua realidade. Será que a arte contemporânea nos propõe um novo modo de pensar?

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