domingo, 27 de novembro de 2011

“A longa noite sem lua”

John Steinbeck (1902-1968) foi um escritor
americano ganhador de vários títulos.
Existem certas histórias que nos impressionam. Uma delas, no meu caso, foi o livro “A longa noite sem lua”, do autor americano John Steinbeck. Sempre fui interessado por histórias de guerra,
mas esta história em particular me chamou a atenção (e me roubou algumas horas de sono!).
O livro conta a história de uma cidade indeterminada (Steinbeck não dá nome a cidade, o que abre as asas da sua imaginação) que viveu por mais de cem anos em paz, e que de repente é invadida por um exército. O povo sente-se completamente confuso, e ficam mais confusos ainda quando sabem que o prefeito da cidade, Sr. Orden, também se sente perdido. Quem assume o comando da cidade é o Coronel Lanser, o chefe local do exército. Ele procura um local para se instalar, e conclui que a casa do prefeito Orden é ideal para isto. Junto com o coronel Lanser, vão cinco soldados: o major Hunter, um obcecado por números; o capitão Bentick, um homem apaixonado pela Inglaterra, pelo campo e por tudo o que era inglês; o capitão Loft, um verdadeiro militar (ele nunca descansava de seu posto e sabia todas as regras militares); e os tenentes Prackle e Tonder, dois jovens sentimentais que acreditavam no novo sistema político. Pela época em que o texto foi escrito (o copyright é de 1942), e por algumas e raras dicas que Steinbeck lança, pode-se inferir que o sistema era o nazista, posto que Adolf Hitler admirava as artes:
“Prackle era um dançarino perfeito, o par ideal, um jovem alegre e divertido. Apesar disso, ele sabia amarrar a cara como o Líder, mostrar-se pensativo como o Líder. Odiava a arte degenerada e, pessoalmente, destruíra diversas telas representativas dessa manifestação. Nos cabarés, fazia às vezes desenhos a lápis de seus companheiros, tão bons que frequentemente lhe diziam que devia se dedicar à arte.” (STEINBECK, p. 30, 4 grifos nossos)
Apenas para explicar um pouco: Hitler possuía uma grande vontade de ingressar na Faculdade de Artes de Viena, mas não conseguiu. Além disso, Steinbeck faz uma grande ligação de termos. O termo “Der Führer” em alemão se traduz como “O líder” em português!
Steinbeck faz os cinco personagens dialogarem entre si, discutindo assuntos como a vida, as mulheres, a guerra e o desejo de férias. Além deste elenco que conversa às vezes entre si, às vezes junto com o coronel Lanser e o soldado Corell, um infiltrado que espiou a cidade e criou a melhor oportunidade de invadi-la, existe o elenco “dos mocinhos”: o Sr. Orden, o prefeito da cidade, que na verdade é um homem rústico; o Dr. Winter, o homem polido e equilibrado que Orden deveria ser; a Madame (esposa de Orden) que apenas e importa com a aparência das coisas; Joseph, empregado de Orden, que gosta das coisas perfeccionistamente arrumadas; e Annie, uma cozinheira super estressada. Estes dois grupos interagem muito bem, e criam grandes suspenses e tensões entre si.
Recomendo a todos este livro: especialmente para aqueles que gostam de ler coisas interessantes ou para quem quer iniciar a ler um romance. Eu li o livro (de 134 páginas) em apenas uma noite! O livro de Steinbeck é uma obra-prima para quem gosta de avaliar bons romances. Este livro fala sobre a liberdade humana, que vence qualquer tirania e que nunca será destruída.

LIVRO: Steinbeck, John. A longa noite sem lua. Record, 5. ed.

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